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sábado, 24 de agosto de 2013

VENTOS DE MUDANÇA

Fábio Civitelli
Para quem se deslocou a Moura, ao festival da BD realizado em Maio último1, facilmente se apercebeu que a grande estrela do festival, foi sem dúvida Tex Willer, personagem da BD italiana, também conhecida por fumetti, criada no já longínquo ano de 1948, por GianLuigi Bonelli e Aurélio Galeppini.
A parte dedicada a este herói da BD, ocupava cerca de metade da área de toda a exposição e estava claramente dividida em três secções:
   - Tex de Civitelli, exposição de várias pranchas deste grande desenhador italiano, para muitos leitores considerado um dos melhores desenhadores do Ranger.
    - Tex de José Carlos Francisco, exposição de parte da colecção deste coleccionador, colecção de todo o tipo de artigos dedicados a este personagem, que engloba essencialmente livros e revistas de praticamente todos os países onde é, ou foi publicado. Colecção absolutamente fantástica, que desperta nos coleccionadores de BD um misto algo contraditório de sentimentos: Admiração – qualquer coleccionador pretende adquirir o máximo de artigos do que colecciona e se possível completar a sua colecção. O José tem sem dúvida, uma colecção digna de ser alvo de admiração, de tão espantosa que é. Frustração – Por muita dedicação e esforço que empenhemos para conseguirmos uma colecção deste calibre, é quase impossível igualá-la, uma vez que o seu proprietário não pára de acumular artigos que a engrandecem a cada dia que passa. Parabéns José Carlos, pela colecção, pelo esforço, pela dedicação e por tudo o que têm feito em prol deste personagem que tanto admiramos.
  - Os novos desenhadores de Tex, exposição de pranchas ainda por publicar, dos quinze novos desenhadores de Tex. Nesta parte estavam expostas pranchas de cada um dos novos elementos, que começarão a abrilhantar as páginas das várias revistas dedicadas ao personagem.

Sérgio Bonelli
Quando soube desta entrada massiva de desenhadores para o staff de Tex fiquei intrigado, porquê?
Não pela entrada de novos artistas do pincel, mas sim pelo seu exagerado numero. Quais serão os motivos que levarão Sérgio Bonelli a tomar esta opção? Nunca colocando a opção em causa, apenas pretendo perceber os motivos. Nolitta já provou ao longo de todos estes anos de vida editorial, que é um excelente editor, apesar de ser sem sombra de dúvida, melhor a escrever histórias de BD. É pena não existir outra Tea Bonelli, para que à semelhança do que aconteceu com o seu pai, se dedicasse exclusivamente aos argumentos e roteiros de BD, onde é inigualável.
Apesar de ter escrito muito poucas histórias de Tex, em comparação com o seu pai ou com Cláudio Nizzi, consegue colocar muitas delas na selecção de melhores histórias de qualquer leitor. Recomendo a leitura ou releitura de: Missão em Great Falls (Tex 131-134)2; O solitário do oeste (Tex 163-165)2; A patrulha perdida (Tex 177-179)2; A grande ameaça (Tex 182-183)2 e O Assassino sem rosto (Tex 193-195)2, só para mencionar algumas. Em Zagor, explorou como nenhum outro o personagem Chico, ao ponto deste rivalizar com o protagonista da série e devido à popularidade adquirida ter ganho inclusive uma revista própria. Com Nolitta, as histórias são muito movimentadas, repletas de acção e aventura, sem nunca descurar outros ingredientes como o humor.
Como já referi, Nolitta dava grande importância ao Chico, ao ponto de inserir pequenas histórias, que por vezes não tinham qualquer ligação à trama principal e que ocupavam quarenta ou cinquenta hilariantes páginas.

Para os leitores mais recentes de Zagor, que não conseguem perceber o porquê de Chico ter tantos admiradores, sugiro que leiam a colecção Zagor publicada pela RGE e Globo. Ao todo são 38 revistas, com excepção do Nº1 (escrita por Tiziano Scalavi), e números 27, 28 e 29 (Alfredo Castelli), todas são escritas por Nolitta. Esta colecção apresenta várias histórias que marcaram a vida do personagem, como as primeiras aparições do Super Mike, Kandrax e Winter Snake. Aparecem também histórias com o Helligen e o Vampiro, além dos estarem presentes quase todos os amigos de Zagor, enfim, uma colecção “curta”, mas muito atractiva em termos de conteúdo.
Outra das características que muito aprecio nas histórias de Nolitta, é a carga de suspense que consegue introduzir nas suas histórias, existe suspense até ao desenlace final, o que Nizzi muito raramente consegue, nas muitíssimas histórias que já escreveu para Tex.

Voltando ao assunto que me levou a escrever: Porquê quinze novos desenhadores para Tex?
Se acrescentarmos a entrada de Mário Milano nos finais de 2006, somam dezasseis novas entradas, o que significa uma autêntica revolução no personagem. Podemos então concluir sem margem para erros, que Tex está para entrar numa nova fase, em meu entendimento, na 5ª fase da sua história.

1ª Fase – De Setembro de 1948 a Junho de 1966
Desenho de Galep
As histórias eram escritas por G.L. Bonelli e desenhadas quase em exclusivo por Galep. Devido ao enorme sucesso da série, o que levou ao aumento do número de páginas publicadas mensalmente, Galep começou a ser auxiliado por outros desenhadores, (Virgílio Muzzi, Francesco Gamba, Guido Zamperoni, Lino Jeva e Mario Uggeri), que se limitavam a desenhar algumas pranchas por história. Pranchas essas, que por vezes eram retocadas ou arte finalizadas pelo mestre Galep.  

2ª Fase – De Junho de 1966 a Janeiro de 1976
Vinhetas desenhadas por G. Ticci
O que marca o início desta fase, é a primeira história totalmente desenhada por outro desenhador que não Galep. Em Junho de 1966, o Tex italiano Nº 68, marca a estreia de Guglielmo Lettèri como desenhador oficial da saga. A partir deste numero, Galep começou a alternar com outro desenhador a responsabilidade dos desenhos em histórias completas, alternando assim o trabalho, primeiro com Lettèri, que a seguir a Galep é o desenhador que mais histórias têm desenhadas do Ranger e mais tarde com Erio Nicolò, Giovanni Ticci, Ferdinando Fusco e também Muzzi, que teve finalmente a oportunidade de desenhar histórias completas e não pranchas, como tinha acontecido na fase anterior. Fase de boa qualidade, quer a nível de desenhos quer de argumentos, que continuavam a ser alvos da genialidade do criador, GL Bonelli. Fase onde foram criadas algumas das melhores histórias de Tex, saliento as seguintes histórias publicadas na edição brasileira:
Forte Defiance (Tex 42-45), Entre duas bandeiras (Tex 53-55), A cruz trágica (Tex 50-52) e A grande intriga (Tex 107-110), entre muitas outras histórias igualmente dignas de registo. Quanto a esta última, que a editora Mythos se prepara para publicar na próxima edição de Tex Edição Histórica, vai tornar-se um
Zagor ed. brasileira Nº 6 da Record
“marco” histórico para esta colecção e para a editora, se a publicar completa numa única edição. Uma das premissas de Tex Ed. Histórica, era publicar todas as histórias por ordem cronológica, o que rapidamente foi alterado devido à grande disparidade de páginas que cada história comporta, assim, agrupam-se pequenas histórias para que a revista tenha sempre um número elevado de páginas. A colecção também previa publicar unicamente histórias completas, o que foi conseguido até hoje. Mas então o que fazer a uma história que ultrapassa as quinhentas páginas? Apenas a editora Record teve a coragem de publicar uma revista de BD com esta dimensão, (Zagor Nº6, O raio da morte), mesmo assim esta história “só” tinha 436 páginas, ainda muito distante das quinhentas agora exigidas. Espero que a Mythos tenha essa coragem e resista à tentação de publicá-la em 2 partes. Se não o fizer, nas próximas histórias colocará sempre essa hipótese, acabando por banalizar esse facto e a colecção.

3ª Fase – De Janeiro de 1976 a Julho 1983
Tex ed. italiana Nº 183
O Tex italiano nº183 apresenta a 1ª história de Guido Nolitta, esta história à semelhança da 1ª de Lettèri também marca a entrada de uma nova fase. As histórias passam a ser escritas por pai e filho, com maior intensidade pelo criador. Fase muito semelhante à anterior, o nível das histórias é extremamente elevado, o naipe de desenhadores que se manteve da fase anterior era excelente e foi reforçado por Vicenzo Monti em 1982, já no final desta fase. Devido ao cunho muito pessoal e característico de cada um deles, qualquer leitor de Tex, folheava a revista em qualquer ponto e identificava automaticamente o desenhador. Apesar de não ser grande apreciador da arte de Fusco, talvez por ser um desenho muito detalhado que não brilha no formato em que é publicado no Brasil, (a prancha original têm um formato superior a A4, sendo muito reduzido para publicação), considero que a 2ª e 3ª fases são as melhores fases de Tex, G.L. Bonelli estava no auge das suas potencialidades de escritor e Nolitta engrandeceu esta fase com algumas das melhores histórias como já mencionei. Além das histórias escritas por Nolitta que já referi, destaco ainda as escritas por GL Bonelli: Trapper (121-124)2, A águia e o relâmpago (136-138)2e Jogo aberto (147-149)2
Recomendo aos leitores mais jovens a leitura destas 2 fases, podem acompanhar as histórias ou em Tex colecção, (a partir do Nº 96), ou Edição histórica, (a partir do Nº36).

 4ª Fase – De Julho 1983 a Fevereiro a de 2007
Cláudio Nizzi
A entrada de Nizzi em Julho de 1983 faz com que se abra uma nova e incaracterística fase do personagem, muitos não concordarão comigo e provavelmente fariam subdivisões desta fase, no entanto, apesar de se terem passado muitos acontecimentos importantes ligados ao personagem e aos seus criadores, não considero nenhum facto marcante que justifique essa mesma divisão, senão vejamos:
     - GL Bonelli escreveu a sua última história em 1991, (Tex 364)3, tinham entrado para a série os seguintes desenhadores: Fábio Civitelli 1985, Jesus Blasco e Cláudio Villa 1986, Rafaelle della Monica e Alberto Giolitti 1989 e Raffaele Carlo Marcello 1991. Estas entradas como podem observar foram espaçadas no tempo, como tal não provocaram nenhuma instabilidade. O próprio abandono de um dos criadores, foi feito de uma forma gradual, Bonelli escreve esta história para se despedir oficialmente de Tex, uma vez que ele já não escrevia nenhuma história desde 1989, (Tex 340)3 e o principal responsável pelos argumentos já era o Nizzi, que nos primeiros anos seguia de uma forma metódica, a fórmula de Bonelli na elaboração das histórias.
    - O Falecimento de Galep em 1994. É verdade que o Ranger ficou “órfão” de pais a partir do Tex Nº4013, no entanto, o Galep apesar de ainda ter um belíssimo traço, como ficou provado em Tex Nº4003, meses antes da sua morte, já desenhava muito poucas histórias, (a anterior, Tex 3773 quase dois anos antes); Pelo que a sua ausência na série só foi mais notada, porque todas as capas tinham sido de sua autoria até esta data.
      - Entre 1991 e 1994 entraram os seguintes desenhadores: Victor de la Fuente 1992 e José Ortiz 1993.
     - A primeira história escrita por Boselli, Tex 4073 em Setembro de 1994, para mim não marca o início de uma nova era, apesar de a partir desta história, os argumentos da série principal terem passado a ser escritos quase exclusivamente pela dupla Boselli/Nizzi. Não podemos esquecer que além de Boselli, tanto Michele Medda como Decio Canzio, foram testados como alternativa a Nizzi, tendo a opção recaído sobre Boselli. Mais um desenhador que entrou para o “staff”, após passar o teste no Texone, foi ele Aldo Capitanio em 1995. Andrea Venturi por sua vez, aparece pela primeira vez em 1996, no almanacco del west desse ano.
Maxi - Tex Nº 2, o 1º escrito por A. Segura
     - Em 1997, na colecção MaxiTex surge um novo Argumentista, António Segura, que apesar de só terem publicado as suas histórias nesta colecção, veio juntar-se á dupla oficial do personagem.
     - Entre 1997 e 2007 muitos outros artistas da 9ª arte se juntaram ao personagem, artistas como Alfonso Font 1998, Miguel Angel Repetto 1999, Bruno Brindisi 2002, Manfred Sommer, Robert Diso, Raul e Gianluca Cestaro 2003 e Mario Milano 2006.Só me referi àqueles que constituem a equipe oficial, muitos outros tiveram participação principalmente na colecção Texone, artistas do pincel como: Joe Kubert, Ivo Milazzo, Magnus ou Colin Wilson, ou ainda outros que participaram em Almanacco del West: Caleggari e Gattia nos desenhos e Pasqualle Ruju Texto.
Como podem Observar, foi uma fase muito longa e incaracterística como já referi, aos muitos desenhadores já mencionados temos de acrescentar aqueles que transitaram da fase anterior e que se mantêm até aos dias de hoje, casos de Ticci e Fusco, e também os já falecidos, Nicolò e Lettèri.
Argumentistas também foram vários, GL Bonelli, Cláudio Nizzi, Decio Canzio, Guido Nolitta, Mauro Boselli e Michele Medda.

5ª Fase – De Fevereiro a de 2007 a ….
Senão fosse a confirmação oficial da editora, da massiva entrada de novos desenhadores, que praticamente coincide com a entrada de um novo argumentista: Tito Faraci, não poderíamos concluir que se estava a iniciar uma nova fase. Isto porque além dos trabalhos dos novos elementos, há que publicar também, de uma forma intercalada, os trabalhos de todos os outros desenhadores, assim, até se publicar um único trabalho de cada um deles, vão se passar anos, no mínimo três, pelo que a entrada dos novos elementos confundir-se-ia com uma entrada a “conta gotas”, o que estaria muito longe da realidade.

Voltamos à questão: Porquê quinze novos desenhadores para Tex?
Apenas podemos especular, eu como leitor interessado tenho as minhas ideias baseadas nas notícias que vou lendo sobre o assunto, ideias que passo a expor:
Miguel Angel Repetto
     - Grande parte dos actuais desenhadores de Tex possui idade avançada, pelo que é de prever, num futuro muito próximo, alguns deles sejam afectados por problemas de saúde, problemas que os impeçam de exercer a sua actividade profissional. Estou a referir-me nomeadamente a: Fusco, Ortiz, Repetto, Marcello e Sommer, todos eles já ultrapassaram os setenta e três anos de idade, mas também a Ticci e a Font, que já ultrapassaram os sessenta.
     - A editora Bonelli possui um número muito elevado de colaboradores, colaboradores de elevada qualidade dos quais Nolitta não quererá prescindir, mesmo em situação de redução de publicações. Assim, “recruta-os” para o “staff” de Tex, reduz o número de trabalhos a cada um deles e torna possível a sua manutenção nos quadros da empresa, mostrando mais uma vez que além de óptimo gestor, também é um ser humano que muito se preocupa com os seus colaboradores.
     - O Texone sempre foi um problema “bicudo”, a tarefa de encontrar um desenhador de créditos firmados a nível internacional, que estivesse disposto a desenhar mais de 200 páginas, sempre foi muito difícil desde o início. Parece-me que Nolitta, sem desvirtuar o teor da colecção, resolveu este problema por vários anos, alguns destes novos elementos, desenharão um Texone e posteriormente passarão então ao Tex normal; Brilhante.
      - Em vez de seleccionar 4 ou 5 desenhadores que porventura necessitaria nesta fase, coloca os 15 a desenhar algumas histórias e a selecção será posteriormente efectuada pelos leitores, reduzindo assim as hipóteses de errar na escolha e passando essa responsabilidade, àqueles para os quais a revista é publicada.
      - Publicação de uma nova revista ou a redução da periodicidade do Almanaco ou do MaxiTex.

Quanto aos novos desenhadores, cujas pranchas tive oportunidade de apreciar em Moura e correndo o risco de errar nas minhas apreciações, uma vez que não se pode ajuizar o trabalho de cada um deles, apenas pela visualização de 2 pranchas; Sabendo no entanto que, não existe uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão, passo a referir apenas aqueles que mais me impressionaram:
     - Positivamente:
Prancha de Marco Torricelli
Marco Torricelli, fantástico! Soberbo! Em minha opinião o melhor de todos. Se conseguir cumprir os prazos, mantendo a qualidade evidenciada nas 2 pranchas expostas, têm tudo para se tornar um dos melhores desenhadores de Tex de todos os tempos. Espero que a sua entrada se faça através de um Texone, seria lamentável não termos um Texone desenhado por este artista, o que provavelmente irá acontecer se entrar directamente para o Tex mensal. Já basta não existir um Texone desenhado por Gallieno Ferri, para mim a grande falha de Sérgio Bonelli como editor, Ferri merecia sem dúvida este prémio por todo o seu trabalho ao longo de quase cinquenta anos de dedicação à SBE, assim como Tex.
Giacomo Danúbio e Bianchini & Santucci, desenhos de grande qualidade, muito límpidos e detalhados à semelhança de Civitelli. O cenário está quase sempre presente, mesmo nos grandes planos, o que valoriza muitíssimo a qualidade do desenho – localizar o local da acção em todos os quadros.
Lucio Filippuci, apenas não aprecio muito a forma como desenha Tex nos grandes planos.
Alessandro Piccinelli, muito bom trabalho à semelhança dos já mencionados, no entanto, a quase ausência de cenários em grandes planos, desvaloriza muito a qualidade do mesmo como já referi, ainda mais se nota se a história abusar desta perspectiva, não sei se este artificio é utilizado pelos desenhadores para poderem cumprir os prazos ou simplesmente porque é mais cómodo. Melhorará substancialmente se as histórias não forem apresentadas sobre esta perspectiva. Tenho óptimas expectativas para este desenhador.
      -Negativamente:
Prancha de Orestes Soares
Orestes Suares e Corrado Mastantuono, desenhos demasiado “sujos” e de traço muito pouco preciso, enfim, a arte destes dois artistas não me impressionou, nem sequer gostei da versão do protagonista apresentada por eles, a de Suares então, parece um energúmeno, um autentico “brutamontes”.
Quanto aos restantes, espero observar novos trabalhos para que possa ter uma opinião mais formada, as duas pranchas observadas não foram suficientes.

Acredito que foi a conjugação de alguns pontos referidos que levaram o editor a provocar esta revolução em Tex, espero que esta fase não seja muito longa, (não ultrapasse 4 ou 5 anos) e estabilize num número mais restrito de desenhadores, com excepção dos convidados para o Texone obviamente. Apesar de novos desenhadores poder significar novos leitores, leitores que acompanham o trabalho do desenhador independentemente do personagem, o inverso também é possível, com um número tão elevado de desenhadores, vão passar-se vários anos até vermos publicados os trabalhos daqueles que preferirmos. Este facto pode levar muitas pessoas a afastarem-se da série, assim como, o facto de Tex ter um numero tão elevado de rostos o fazer perder a sua identidade e muito provavelmente, também leitores.

E se eu estiver errado? E se a principal razão não for nenhuma das já mencionadas? Será que Bonelli está realmente preocupado com o Tex como aparenta à primeira vista? Sérgio completa este ano 75 anos! É natural que comece a pensar na sua reforma e como a SBE irá funcionar após o seu afastamento. Será este o verdadeiro motivo? Preparar a sua saída a curto/médio prazo, garantindo desde já a viabilidade da empresa com esta reestruturação de pessoal?

O tempo se encarregará de responder, no entanto, seja qual for a resposta, espero que estas medidas garantam a continuidade da SBE por muitos e longos anos, para satisfação de todos os leitores de BD em geral e dos fumetti em particular.  


1 Este texto foi escrito em Julho de 2007
2 Tex-Edição Brasileira
3 Tex-Edição Italiana

Fontes: 

PS: Texto publicado inicialmente no blogue do Tex em 26 de Julho de 2007


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