Na minha procura para conseguir os atrasados, adquiri um grande lote de várias colecções de Tex, fiquei na altura com cerca de 150 exemplares repetidos e uma óptima oportunidade para testar a ideia que tinha em mente: Importar as revistas Bonelli que não encontrava em Portugal. Com a ajuda do José Carlos, que passou a mensagem aos seus contactos sobre as revistas que tinha disponíveis, a venda foi um enorme sucesso e em poucos dias vendi todos os exemplares. Este foi estudo de mercado que me mostrou a viabilidade do projecto.
O Trading Post surgiu assim, como o meio de completar as minhas colecções. Graças ao teste efectuado e à enorme lista de faltas fornecidas pelos coleccionadores, a probabilidade de sucesso era muito elevada. Foi assim que em 15 de Dezembro de 2007 o blogue do Tex apresentou o “Trading Post” Nº 0 [1]. Este folhetim serviu apenas de exemplo, uma vez que as revistas que apresentava não se encontravam à venda. O primeiro número saiu no mês seguinte como anunciado no Nº 0 [2]. Apesar dos indicadores positivos, nunca acreditei que durasse muito tempo, no entanto, beneficiando principalmente da alta do Euro, foi possível manter o TP bastante mais do que os seis meses inicialmente previstos.
Pretendia inicialmente completar todas as colecções de Tex, Zagor e Mister No que saíram no Brasil desde 1971. Faltavam-me centenas de exemplares, além dos mencionados da 1ª edição de Tex, não possuía nenhuma das colecções completas e não possuía nenhum exemplar de Zagor Vecchi nem de Mister No Record. Com o passar do tempo e, ao conhecer outras colecções, senti necessidade de redefinir objectivos e torná-los mais ambiciosos, acrescentei então aos mencionados: A História do Oeste e Ken Parker. A História do Oeste é uma fantástica mega série de 75 números, que infelizmente nunca foi totalmente publicada no Brasil. A última tentativa foi efectuada pela editora Record nos inícios dos anos 90, terminando prematuramente e sem aviso, no numero quarenta e sete. Esta série, pela qualidade que possui, merecia uma nova oportunidade. A editora Mythos, que nos têm brindado com inúmeras séries de Tex, diversas delas a publicarem a mesma fase, deveria considerar o lançamento desta colecção como alternativa a Grandes Clássicos Tex, (sem espaço desde o lançamento de Tex Colorido). Afinal, já passaram quase vinte anos desde a última vez que esta série circulou pelas bancas e, mesmo os coleccionadores que possuem os quarenta e sete números, certamente que gostariam de possuir a colecção completa, segundo os padrões de qualidade da Mythos, com uma nova e actualizada tradução, em formato italiano e quem sabe, em edições de duzentas ou trezentas páginas.
Em Junho de 2009 consegui dar o grande passo na conclusão de Tex 1ª edição, adquiri o que procurava há longos anos: Tex nº 1 da 1ª edição. Este exemplar não veio sozinho, adquiri-o num lote de 37 exemplares, os primeiros da colecção e os únicos em formato italiano. Curiosamente não os adquiri no Brasil mas sim em Portugal, comprei o lote a um coleccionador português que abandonou a colecção e colocou em leilão no miau. De uma só vez consegui os 37 exemplares mais caros da colecção, depois destes, completar a colecção tinha-se tornado muito mais fácil. Restavam alguns itens igualmente difíceis, mas também graças a este coleccionador, consegui adquirir os 2 posters que saíram acompanhados das edições nº 78 e 160.
Actualmente possuo quase todas as colecções completas, faltam-me apenas dois exemplares de Tex 2ª edição e o álbum de figurinhas de Tex, que saiu no inicio da década de 80. No entanto, este item é tão raro e caro, que não faço intenções de o adquirir. As vendas do TP desde o inicio do ano que se encontram em queda. O Euro caiu quase 20 por cento ao longo dos últimos meses, o que provocou um agravamento dos preços, consequentemente redução da procura, aumento do stock disponível e diminuição das compras. Este círculo vicioso não será fácil de quebrar, uma vez que as perspectivas para a Europa mantém-se pessimistas, não se prevendo nos próximos meses, a recuperação do Euro para patamares que me possibilitem apresentar preços competitivos. Para complicar mais a situação, sinto que a distribuição actualmente funciona bem melhor, facilmente se encontra revistas Bonelli nos pontos de venda. Até para as revistas usadas a situação mudou, encontram-se bastantes nos sites de leilões portugueses e a preços bastante competitivos.
Foi com base nestas razões e também devido ao pouco tempo disponível que possuo actualmente por razões profissionais, que decidi terminar com o Trading Post. A edição Nº 30 do TP, colocada no blogue em 20 de Junho, marca conclusão deste projecto. Apesar de não editar mais o folhetim, vou continuar a comprar no Brasil, afinal, senão continuar, passados poucos meses já terei dezenas de faltas e não pretendo voltar à situação inicial.
Para terminar, gostaria de expressar uma palavra de agradecimento aos responsáveis pelo blogue e também, para todos os coleccionadores que contribuíram para o sucesso do TP através das suas compras. Graças a todos vocês, foi possível completar muito mais rapidamente as minhas colecções, para todos vós o meu muito obrigado e muita sorte na vossa procura.
Como conselho, e baseando-me experiência acumulada ao longo deste dois anos e meio: Recomendo aos coleccionadores que ainda não terminaram as suas colecções e que estão muito longe do objectivo, a estabelecerem um plano para o conseguirem, mas sejam flexíveis, não se limitem ao estabelecido. Durante este período, consegui trazer para Portugal exemplares raros, como Tex 1ª edição dos primeiros trinta e sete números e observei vários coleccionadores que apesar de considerarem o preço adequado a não adquirirem, porque a prioridade era completar as edições mais recentes. Compreendo a posição, mas considero um erro, recomendo que aproveitam a oportunidade de adquirirem estas edições sempre que surjam, que estejam nas condições que pretendem e que considerem um preço justo. Sejam flexíveis no vosso planeamento, certas edições são cada vez mais raras e mais caras, o que não acontecerá com as edições com quatro ou cinco anos. Exemplos: Tex no Brasil e Tex o mocinho do Brasil, estes dois livros tiveram apenas uma tiragem limitada a mil exemplares. Estas edições uma vez esgotadas serão muito difíceis de encontrar uma vez que os compradores são coleccionadores e não leitores. Pensem nisto.
PS: Texto publicado inicialmente no blogue do Tex 28 de Julho de 2010 para justificar os motivos do cancelamento do folhetim "TRADING POST"
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